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Meus pés tocaram a areia húmida, respirei fundo e senti o sal no ar e esse ar penetrar em meus pulmões, aos poucos o som do mar foi ganhando o ambiente.
- Abra os olhos rapaz. – o tom imperativo não combinava com a tranqüilidade em sua voz.
- Voltei pra casa - disse eu em voz alta sorrindo com as mão para cima como que tentando tocar o céu lá em cima. Os olhos demoraram um segundo para se acostumar as luz forte amarelada do sol – estou em casa Evandor!
- Sim, sim que seja garoto, sente-se aqui, esta certo?! Toda esse euforia… eu não gosto, vocês macacos fazem muita bagunça.
- Você é um velho ranzinza Evandor! – debochei.
- E você também é… entre uma vida e outra sempre inconformado com as regras, por isso que estou aqui, eles me enviaram para dizer que controle seu espirito, siga as regras sim? Você começa indo muito bem mas sua natureza sempre vem a tona e atrasa tudo, chega de atrasos, seu tempo esta se acabando!
- Eu não acho que você percebe velhote, mas eu não eu não entendo nada do que você fala. Se você tem a intenção de ajudar devia falar com mais clareza. O que é que vocês querem de mim?
- Não queremos nada de você. O que você quer de si mesmo?
- Odeio isso! Eu não posso ter uma resposta quando faço uma pergunta? Para um ser superior você tem seria deficiência em se comunicar, sabia? Mas fode-se, diga aos seus amigos que eu não quero mais vocês se metendo na vida, entendeu? Eu já sou meio loco, se alguém souber que eu falo com gnomos…
- GNOMOS? Como ousa! Ora essa rapaz… veja bem: Não podemos simplesmente deixa-lo fazer o que quiser! Afinal você escolheu receber instruções quando chegasse a hora e por isso aqui estou eu.
- VOCÊ NÃO ME AJUDA EM NADA! EU SEQUER SEI O QUE EU TENHO QUE FAZER!
- Você sabe. E sabe o diferença que isso fará quando você terminar.
- Eu não posso diferença diferença nenhuma, eu sou apenas um humano, as vezes sou um dos piorzinhos.
- Mas é disso que precisa, meu amigo. Seja apenas humano e as coisas vão fluir como os planos, viva entre os humanos, sinta-se como uma deles…
- Não me sinto um deles.
- Você é um deles!
Ficamos ali sentados em silencio na areia por não sei quanto tempo, fiquei olhando o voo de uma gaivota sobre o mar enquanto Evandor ficava escrevendo numeros na areia. Quando a gaivota desapareceu no horizonte dei um longo suspiro olhei para o elfo:
- Eu não estou em casa, né? Isso é só um sonho?
- Não convém falar sobre relatividade agora, então eu respondo que sim, você esta só sonhando.
- Sinto falta de casa Evandor.
- Sentimos sua falta também, mas tenha paciência. Agora acorde.
O celular tocou. Peguei e olhei, na tela dizia “8:00hs – BOM DIA!!! :) ”

Marcadores: Papo Furado

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